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Quinta-feira, 28 de março de 2024

Indústria e Comércio

21/11/2012 13:50:20

Pesquisa: 9% dos endividados não têm condições de quitar débitos em Vilhena

A Pesquisa sobre o perfil do inadimplente é realizada pela Boa Vista Serviços, administradora do SCPC, junto a consumidores que procuram o balcão de atendimento do Serviço Central de Proteção ao Crédito (SCPC). A pesquisa traça o perfil do inadimplente observando as causas da inadimplência, as formas de pagamento utilizadas, a intenção de pagamento e o nível de endividamento. A pesquisa foi realizada no mês de setembro, ouvindo cerca de 1.110 consumidores. Os resultados são apresentados juntamente com o histórico recente da pesquisa.

A pesquisa realizada em setembro de 2012 mostra que 29% das pessoas declaram ter alguma restrição gerada por uma compra realizada com cartão de crédito. Em seguida temos carnê (24%), cheque (17%), empréstimo pessoal (13%), cheque especial (8%) e cartão de loja (8%).

Nas faixas de renda familiar de até 3 salários mínimos a porcentagem de consumidores que declaram o cartão de crédito como causador da restrição atinge 30% e 27% nas faixas acima de 10 salários mínimos, diferença reduzida se comparada ao trimestre anterior, as quais representavam 31% e 23% respectivamente.

Para 21% dos entrevistados uma das dívidas não pagas originou-se da aquisição de móveis, eletrodomésticos e eletrônicos. 16% citam a compra de produtos ou serviços relacionados à alimentação como os causadores das dívidas, 16% citam a compra de vestuário e calçados e para 11% a origem foi do não pagamento de contas de concessionárias de serviços públicos. Nas faixas de renda acima de 10 salários mínimos a aquisição de móveis, eletro e eletrônicos (17,8%) e a compra de vestuário e calçados (11,8%) lideram as citações, enquanto que para a faixa de renda de até 3 salários mínimos a aquisição de móveis, eletro e eletrônicos (20,2%) e a compra de produtos ou serviços relacionados a alimentação (18,0%) são as líderes.

O desemprego continua sendo a maior causa da inadimplência, segundo os entrevistados, representando 33% dos casos. O descontrole financeiro caiu bastante em relação à última pesquisa, de 30% para 23%. Em terceiro lugar temos o empréstimo do nome a terceiros. O desemprego é a causa mais preponderante nas faixas de renda familiar de até 10 salários mínimos. Para as faixas acima de 10 salários mínimos o descontrole financeiro aparece como a principal causa (30%).

Metade dos inadimplentes declara possuir uma conta em atraso que causou a restrição, 27% declaram possuir entre 2 ou 3 contas e 23% possuem 4 contas ou mais. A maioria (31%) das dívidas não pagas está abaixo de R$500,00, mas 18% possuem dívidas abertas acima de R$5.000,00. 18% entre R$500,01 e R$1.000,00 e 16% entre R$ 1.000,01 e R$ 2.000,00.

Condições de pagamento e endividamento

9% dos inadimplentes declaram que não terão condições de pagar suas contas em atraso. Dos outros 91% dos consumidores que possuem restrição e esperam ter condições de pagar a dívida, total ou parcialmente, 35% deles pretendem pagar à vista e 65% de maneira parcelada. Destes que esperam negociar as parcelas, 68% pretendem pagar dentro dos próximos 30 dias, 26% entre 30 e 90 dias, 4% entre 90 e 180 dias e 2% negociaram prazos superiores a 180 dias.

Quando perguntados sobre o nível de endividamento e o comprometimento da renda das famílias com o pagamento das dívidas, 22% dos consumidores inadimplentes se declaram muito endividados, 32% acreditam estar mais ou menos endividados e 35% se declaram pouco endividados. Em junho de 2012 eram mais consumidores muito endividados (25%).

Quanto à parcela da renda comprometida com dívidas (somando todas as suas dívidas, com restrição ou não) 24% declaram que mais da metade da renda familiar mensal está comprometida com o pagamento de dívidas. Esse número era de 27% em junho de 2012. 39% declaram que até ¼ da renda está comprometida com o pagamento de dívidas e 37% declaram ter entre ¼ e metade da renda familiar comprometida.


Período é bom para recebimento de dívidas, alerta ACIV

Final de ano é época em que o comércio vive um de seus melhores momentos. É também um bom momento para receber dívidas antigas. Mas, sobretudo, deve ser um momento de cautela, pois o crédito concedido sem os cuidados necessários podem se converter em problemas no futuro.

Segundo o empresário José Ivanildo, presidente da ACIV (Associação Comercial e Industrial de Vilhena), historicamente, dezembro é o mês com o maior número de baixas no banco de dados de inadimplentes do SCPC (Sistema Central de Proteção ao Crédito). “Isso ocorre porque muitas pessoas aproveitam o recebimento do 13º para quitar dívidas e limpar seus nomes no SCPC, a fim de se habilitarem para novas compras à prazo”, explica.

Essa atitude causa um outro fenômeno: o crescimento de inclusões de inadimplentes nos cadastros de devedores a partir dos primeiros meses do ano. “O final do ano é a época de compras, muitas feitas sem planejamento e por impulso, e geralmente a prazo. Quando chega a hora de pagar a fatura e o consumidor não consegue, seu nome é incluído nos cadastros de inadimplentes”, conta Ivanildo.

Para o presidente da ACIV é hora do comerciante aproveitar o período para receber as dívidas e se precaver de outras. “Ao utilizar o SCPC o empresário tem essas duas possibilidades. Ao incluir o nome do cliente no cadastro de inadimplente, você estimula o devedor a tentar quitar a dívida, pois ninguém gosta de ter o nome sujo no comércio. Já quando você consulta o cliente no SCPC e ele aparece como inadimplente e o crédito não lhe é concedido, você além de força-lo a pagar a divida anterior, também se livra de um problema futuro. Pois se o cliente já está devendo na praça como irá pagar novas dividas?”, argumenta.

O presidente da ACIV explica que a intensão da associação não é estimular uma inclusão em massa de clientes no SCPC, mas utilizar, dentro das possibilidades legais, a ferramenta como aliada no combate a inadimplência, que se configura num dos maiores problemas enfrentados pelos comerciantes.

 





Fonte: ACIV
Autor: José Antonio Santana

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