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Quinta-feira, 28 de março de 2024

Geral

15/12/2012 12:32:38

Após infernizar prefeito com denúncias, índio ameaça jornalista em Vilhena

Peço licença aos leitores deste site para narrar na primeira pessoa a conversa que travei na manhã deste sábado, 15, com o auto-intitulado “cacique” Luís Antônio Tsihoridzadatsu.
Em casa, convalescendo de uma terrível dor de cabeça, recebi a ligação do indígena, que já começou a abordagem de maneira enviesada: embora jamais o tenha visto na vida, ele disse à minha esposa que era meu amigo e que precisava tratar comigo de assunto do meu interesse.
Ao atender a chamada, não reconheci a voz e o interlocutor explicou que era “alguém do Ministério Público”. Quando argumentei que esse tipo de abordagem não era comum no MP, o índio mudou de órgão: disse que era funcionário da Funai. Novo aperto e o silvícola abriu o jogo: “Sou aquele índio que você acusou no site de receber R$ 100 para fazer acusações contra o prefeito”, berrou, referindo-se a uma reportagem no qual suas acusações eram relatadas.
Falando mais que o homem da cobra, Tsihoridzadatsu fez ameaças veladas, embora tentasse disfarçar: “Vou levar 600 índios na redação do seu jornal essa semana. Sei também onde você mora, viu?”, provocou.
No decorrer da conversa, o “cacique” fez questão de negar que tivesse recebido dinheiro para dar as declarações que atribuem a Rover supostos crimes eleitorais. No mesmo tom exaltado, reafirmou que o mandatário abordou várias etnias e tentou trocar os votos das tribos por favores e até dinheiro.
Perguntei qual era a ligação dele com o ex-prefeito Melki Donadon (PTB) suspeito de estar por trás das acusações e o líder indígena disse que não tinha contato com o petebista. Eu lhe revelei que o próprio Donadon havia me passado seu número de celular e aí a conversa mudou: “Coloquei índios na terra do Melki e ele nunca brigou comigo”. Recobrou rápido a memória o rapaz, como percebi...
Mas as bravatas e declarações desconexas do “pele vermelha” prosseguiram: em meio a flechadas verbais no prefeito, que parece ter se tornado seu alvo preferido, o denunciante fez uma revelação surpreendente: disse que é dono de um garimpo de diamantes e que não precisa de R$ 100 reais de ninguém. “Enfio esse dinheiro no rabo de quem está me acusando”.
Como a dor de cabeça não passava, principalmente por causa do tom de voz exaltado do interlocutor, achei melhor lhe fazer uma proposta: Convidei-o a aparecer na redação na segunda-feira, 17, com ou sem os 600 índios que ele disse conseguir mobilizar. Me comprometi a lhe entrevistar e levar a público tudo o que ele tem a dizer. Mas avisei: pedirei a presença de um promotor, para que o papo tenha desdobramentos. Pretendo, de fato, acionar o MP para ao menos testemunhar essa conversa, que pode ser bem interessante.
Quanto às ameaças que o índio fez, vai o aviso a ele mesmo: “Aqui é aroeira, cacique!”. Este arremedo de jornalista jamais afinou diante de gente que fala grosso. Não começaria a amarelar a essa altura da vida. Portanto, não dê pra trás também: o encontro está marcado.


 
VEJA A MATÉRIA QUE PROVOCOU A IRA DO “CACIQUE” CLICANDO NO LINK ABAIXO:

 

http://www.folhadosulonline.com.br/noticia.php?id=12786





Fonte: FS
Autor: Dimas Ferreira

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