Preço do leite oscila e produtores do Cone Sul já pensam em deixar a atividade
O preço do leito no interior do Cone Sul tem sofrido variações em forma de zigue-zague, ora para baixo, ora para cima. Em janeiro deste ano, foram pagos pelos laticínios algo em torno de R$ 0,65 o litro ao produtor. Já em fevereiro, o preço teve uma alta considerável e foi para R$ 0,71 o litro in natura. Agora, no pagamento de março, os preços foram para baixo de novo, valendo R$ 0,60.
A expectativa de alguns produtores é que as indústrias de laticínios paguem mais um bônus de reajuste ainda este mês. “Este preço de março está baixo demais. Não pode ser só R$ 0,60 por litro”, diz Ismael Nascimento (FOTO), produtor da cidade de Corumbiara.
O preço do leite está baixo desde agosto do ano passado. A justificativa dada pelos industriais do setor de laticínios é a de que o leite vindo do Uruguai e Argentina, mais barato e em grande quantidade, esteja derrubando o preço do produto brasileiro.
Por causa destas variações de preço, alguns produtores (principalmente os mais capitalizados em terras) já pensam em deixar a atividade leiteira. Há notícias de que fazendeiros tenham vendido suas vacas de leite em Corumbiara e no distrito de Vitória da União.
Uma certeza os produtores do interior do Cone Sul já têm: mesmo que os laticínios ofereçam uma ligeira melhora no preço do produto (cerca de R$ 0,70 por litro, por exemplo), dificilmente o reajuste conseguirá recompensar a alta da inflação.
O frete do leite é descontado no contracheque do produtor. Além da defasagem no preço do produto, a alta dos combustíveis também refletiu numa alta do preço do frete para cada litro de leite que o produtor produz.
Fonte: FS
Autor: Rildo Costa