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Quarta-feira, 08 de maio de 2024

Meio Ambiente

17/11/2009 10:42:22

PREFEITO IGNOROU ALERTA SOBRE ESTRAGOS PROVOCADOS POR ÁRVORES

No final do mês passado, o jornal FOLHA DO SUL veiculou uma reportagem sobre os danos que estão sendo provocados em vários setores da cidade por árvores da espécie “Fícus Benjamina”. A matéria relata casos de destruição de calçadas, entupimento de galerias pluviais e rompimento de tubulações residenciais. O texto, de autoria do repórter Herbert Weil, revela que a “praga” está se alastrando e provocando preocupação entre funcionários da própria Prefeitura, que deve gastar recursos para substitui-las por outras, menos agressivas.

O que pouca gente sabia é que todo esse transtorno poderia ter sido evitado dez anos atrás. Na época do plantio dessas árvores, em 1.999, o técnico em agropecuária Adalto Mâmbula Sales, supervidor regional do Idaron, procurou o prefeito de então, Heitor Tinti Batista (PMDB), para fazer um alerta. Acompanhado da cunhada, Regina Cavalini de Melo, que por duas vezes administrou à cidade de Riolândia, próxima a São José do Rio Preto (SP), Adauto foi ao gabinete de Heitor. A idéia era que o mandatário vilhenense ouvisse da colega paulista o relato dos problemas causados para a erradicação das árvores. Heitor estava viajando, mas Mâmbula o procurou depois e fez a recomandação para que ele evitasse a compra e o plantio das mudas de fícus. Segundo o denunciante, Tinti recebeu com frieza o aviso: “O Heitor me disse que a minha cunhada deveria cuidar da cidade dela, que da Prefeitura de Vilhena cuidava ele”, relembra o funcionário público.  

Por causa da teimosia do peemedebista, as mudas foram adquiridas num viveiro local e espalhadas por várias ruas e avenidas. Hoje, além de causar danos e incômodos, as plantas ainda ajudam a hospedar um inseto conhecido como “Lacerdinha”, que causa irritações na pele e nos olhos de pedestres.

VEJA NA ÍNTEGRA A MATÉRIA PUBLICADA PELO SEMANÁRIO IMPRESSO:

 

Árvores danificam galerias e calçadas vilhenenses

 

ESPÉCIES IMPRÓPRIAS FORAM  PLANTADAS SEM ESTUDOS

 

Herbert Weil

 

Plantadas a esmo e sem qualquer planejamento, as espécies de árvores que estão espalhadas pela cidade foram mal escolhidas pelos administradores passados. O legado resultante são calçadas quebradas, galerias pluviais entupidas e encanamentos de casas rompidos por raízes de variedades arbóreas como ficus [figueira podada geralmente em formas retangulares ou redondas] e sibipiruna [de folhas finas e pequenas]. Moradores e engenheiros agrônomos reconhecem o problema. Inclusive, a Secretaria de Obras (Semosp) se mostra favorável à ideia de trocar todas as árvores do município.

“Essas árvores [o ficus e a sibipiruna] são uma praga. Entopem as tubulações e estragam o calçamento. Algumas levantam até o meio-fio e o asfalto. As galerias pluviais das avenidas ficam cheias de raízes, que fazem o lixo e a terra se acumularem”, afirma o secretário de Obras, Carlos Goebel. A reportagem da FOLHA constatou que as galerias das avenidas Presidente Nasser e Brigadeiro Eduardo Gomes são as mais prejudicadas. Goebel calcula que dentro de dez anos a água não conseguirá mais passar na rede pluvial. Especialmente em lugares como as três primeiras quadras da Presidente Nasser, onde estão plantados mais de cem pés de ficus.

Em 2010, o secretário pretende iniciar o processo de troca das árvores. Espécies mais indicadas para a zona urbana seriam replantadas. “Saboneteira, oiti, resedá, chorão, palmeira e jambo são as variedades com melhor adaptação às calçadas e encanamentos. No entanto, em seu plantio também deve ser observada a distância mínima de dois metros de muros e paredes”, explica o engenheiro agrônomo Osmar Vertelo, da Semicam (Secretaria Municipal de Indústria, Comércio, Agricultura e Meio Ambiente). Ele ainda aconselha que os moradores procurem a secretaria quando perceberem a existência de árvores que estragam calçadas e encanamentos. “Após recebermos o requerimento, faremos uma análise in loco. Constatado o problema, emitiremos uma autorização juntamente com uma recomendação de qual espécie e cuidados serão necessários no futuro”, instrui.

O serviço, apesar de pouco divulgado, é responsável pela substituição de 15 árvores gratuitamente por mês, em média. Vertelo explica que, vários anos atrás, quando o ficus e a sibipiruna foram plantados em Vilhena, não houve estudo nem planejamento dos danos que poderiam ser causados por tais plantas na urbanização da cidade.

A técnica em enfermagem Justina Romilda Dalle Laste, foi uma das que teve de cortar as árvores que proporcionavam sombra à sua casa a fim de salvar a calçada e os canos de água. “Eu não queria cortá-las. Mas cheguei à conclusão que a situação só piora com o crescimento do ficus. Assim, quando as raízes começavam a circundar a tubulação, cortei os dois pés da espécie que cresciam em frente à minha residência”, lembra.

Com mais de cinco anos de idade, as figueiras já alcançavam a rede elétrica e passaram a amedrontar a enfermeira de outra maneira. Justina ouviu de vários vizinhos que ladrões estariam se escondendo na copa do ficus para, mais tarde, roubarem casas. “Se essa assistência técnica da Semicam fosse mais divulgada, poderia ter evitado todos esses transtornos”, evidencia.





Fonte: FS
Autor: Dimas Ferreira e Herbert Weil

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