Visitas 128171117 - Online 250

Sexta-feira, 29 de março de 2024

Saúde

11/11/2013 17:39:21

Jornal paulista denuncia “turismo médico” que matou vilhenense de 56 anos

O jornal Folha de São Paulo publicou esta semana uma reportagem denunciando os riscos que correm as mulheres brasileiras que optam por realizar cirurgias plásticas na Bolívia.

Ao relatar a morte de uma funcionária pública da cidade de Cacoal, que não resistiu às complicações após uma lipoaspiração na cidade de Santa Cruz de La Sierra, o jornal relembrou que uma vilhenense havia sido vítima fatal em procedimento semelhante.

Leia o que disse o diário paulista sobre o chamado “turismo médico”, que leva um número cada vez maior de pessoas (principalmente mulheres) a buscar cirurgias estéticas mais baratas no país vizinho:
 

Em janeiro, a funcionária pública Leonice Lagaço, de 40 anos, viajou de Cacoal a Santa Cruz de la Sierra, distante 1.250 km. Ao marido e filhos, disse que acompanharia uma amiga, que, como centenas de brasileiras, faria uma cirurgia plástica, atraída pelos preços baixos.

Ela não contou que também faria uma lipoaspiração. O marido, Ailton, só descobriu quando recebeu uma ligação avisando que o corpo da mulher estava na fronteira com o Brasil -após morrer por parada cardíaca, ela havia sido transportada 800 km desde Santa Cruz, sem o conhecimento da família.

Embora não haja estatísticas, o número de brasileiras operadas na Bolívia não para de crescer. Percebendo o filão no país vizinho, clínicas mantêm agentes no Brasil e oferecem pacotes que incluem hotel e refeição.

Mas muitas delas são ilegais e não cumprem normas básicas, como cirurgiões sem especialidade médica. Desde 2011, houve ao menos quatro casos de brasileiras mortas na Bolívia por complicações de cirurgias plásticas.

Em um dos casos, a paciente morreu depois que o médico tentou atender ao seu pedido para retirar 30 kg de gordura de uma só vez.

COMBO
Outra vítima, Eunice Tavares, 56, morreu no aeroporto de Corumbá (MS), durante uma escala do seu voo de volta ao Brasil. Ela havia feito um "combo", prática em que a cliente paga por duas cirurgias e ganha outra grátis.

Eunice era funcionária pública e morava em Vilhena. Sua morte repercutiu em todo o país, quando o G1, site de notícias da Rede Globo, noticiou o falecimento, registrado em julho de 2011.

Numa clínica de Santa Cruz consultada pela Folha na semana passada, um "combo" de lipoaspiração no abdômen, implante mamário e nariz saía por R$ 7.200. No Brasil, custa cerca de R$ 19 mil.

Há ainda médicos de Santa Cruz que fazem "temporadas" em cidades fronteiriças, principalmente Guyaramerín, perto de Rondônia, onde o "turismo médico" se tornou uma das principais atividades econômicas.

Outro efeito colateral dessa febre em Santa Cruz é que médicos de outras especialidades passaram a fazer cirurgias plásticas.

Nem todas as cirurgias dão errado, é claro. A acriana Fernanda Mello, 24, colocou implantes de silicone e fez uma lipoescultura. Pagou R$ 6.000. No Brasil, conta ela, apenas operar os seios ficou orçado em R$ 8.200.

"Antes de me operar, pesquisei por três meses e escolhi um médico que fez residência no Brasil", diz Mello, que estava na cidade para acompanhar uma amiga, operada na mesma clínica.

Mas um bom currículo não é garantia: o médico que operou a brasileira Leonice Lagaço, Jorge Montero, ainda é presidente da seção de Santa Cruz da Sociedade Boliviana de Cirurgia Plástica.

Depois da morte da brasileira, uma investigação descobriu que a sua clínica, localizada em uma zona nobre da cidade, funcionava irregularmente. Montero, que inicialmente não havia revelado a sua participação na cirurgia, se mudou para os Estados Unidos.
Procurado pela Folha via e-mail, ele não respondeu às solicitações de entrevista.


Relembre a morte da vilhenense clicando no link abaixo:

 


http://folhadosulonline.com.br/noticia.php?id=5537





Fonte: FSP
Autor: Da redação

Newsletter

Digite seu nome e e-mail para receber muitas novidades.

SMS da Folha

Cadastre seu celular e receba SMS com as principais notícias da folha.