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Quinta-feira, 28 de março de 2024

Geral

04/08/2014 16:15:19

Diretor de presídio dá detalhes de rebelião que destruiu parte da unidade


No último sábado, 02, a reportagem do FOLHA DO SUL ON LINE foi convidada pela direção do Centro de ressocialização Cone Sul (CRCS) para acompanhar os trabalhos de reforma que estão sendo realizados na unidade prisional após a rebelião que aconteceu no ultimo dia 30, quando parte do complexo foi destruída pelos amotinados. A direção também se dispôs a esclarecer algumas informações que foram divulgadas nos meios de comunicações.
Na entrevista, o diretor do presídio, Juracy Duarte, contou detalhadamente como aconteceu  o início da rebelião. De acordo com ele, uma falha estrutural na porta de uma das celas do bloco “B” propiciou aos detentos a oportunidade de começar a revolta na unidade.
 De acordo com o diretor, o rompimento de uma trava da porta de uma das celas do bloco “B” foi a oportunidade para os detentos que são considerados de alta periculosidade saírem para o corredor e começarem a abrir as grades que dividem o bloco e outras celas.
A ação logo foi percebida pelos agentes penitenciários que, ao ir verificar o que estava acontecendo, já encontram os presos no corredor. Após os agentes realizarem disparos, os apenados retornaram para a carceragem.
Depois de forçar a uma grade que dá acesso a área superior das celas, onde os agentes trabalham, alguns detentos passaram para o bloco “A”, local onde são mantidos detentos que são rivais.  Lá, os presos rebelados pegaram 16 outros encarcerados e os cercaram com colchões, redes (da oficina de que funcionava entro do presídio) e alguns móveis, ateando fogo em seguida.
Neste intervalo de tempo, as autoridades como Polícia Militar, Corpo de Bombeiros, Judiciário foram acionados e estava a caminho do CRCS. Os agentes penitenciários e os Bombeiros logo contiveram as chamas e evitaram que os presos morressem queimados.
Com a chegada do contingente da PM e outros agentes que estavam de folga, mas foram mobilizados para trabalhar no momento critico, os presos ficaram apenas nas carceragens. Alguns apenados tomaram a liderança e passaram a negociar com um “comitê de crise” formado por um Promotor de Justiça, um juiz de direito, Comandante da PM e a direção da própria unidade prisional.
De acordo Duarte, aproveitando o momento, os detentos reivindicaram o aumento do número de visitantes por preso, a entrada de cigarros, a saída do próprio diretor e, principalmente, a transferência de 40 presos que estão incomodados com a rigidez imposta pela direção.
Após algum tempo de conversa, os rebelados decidiram terminar com a baderna e se render. Todos os presos da ala “B” foram levados para quadra onde acontece o “banho de sol” e vão permanecer lá por mais alguns dias até que os trabalhos de reforma da careceragem sejam concluídos.
Após a retomada do presídio, foi realizado um grande “pente fino” nas celas e outras dependências à procura de armas artesanais, drogas, celulares, ou qualquer objeto de uso proibido dentro do sistema.
As portas e travas de “bigornas”, assim com alguns mecanismos de segurança, estão sendo reformulados para que novos episódios do tipo não venham a acontecer, e também garantir a integridade dos reclusos e agentes.
Não se tem ainda uma estimativa de valores da destruição, mas o trabalho de reforma deverá levar mais seis dias. Neste período a escala de agentes penitenciários foi reforçada.  Duarte garante que não haverá mudanças no presídio, pois continuará sem cigarros, o numero de vistas será o mesmo e ninguém será transferido.





Fonte: FS
Autor: Edeblandes Ortis

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