Delegado revela detalhes de depoimento do rapaz que matou o pai em Vilhena
O FOLHA DO SUL ON LINE CONVERSOU, na manhã desta sexta-feira, 12, com o delegado Ítalo Osvaldo, que assumiu a investigação sobre a morte do servidor público José Gudim de Souza, 70 anos. O corpo do idoso foi encontrado no dia 02 de dezembro, dentro do quarto de sua residência. O cadáver apresentava perfurações de faca e o local em que estava indicava que o aposentado havia lutado contra o agressor, dada a quantidade de sangue nas paredes.
Dias depois, a polícia confirmou a autoria da execução, através da confissão feita pelo principal suspeito do crime: o bacharel em Direito Marcelo Gudim de Souza, 27 anos, filho da própria vítima.
De acordo com o delegado, Marcelo contou que, dois dias antes da tragédia, ele o pai haviam discutido. “Seu Zezinho”, que era viúvo, queria maior liberdade, mas Marcelo estaria “lhe controlando”. Por isso, o pai resolvera aconselhar o filho a sair de casa.
De acordo com o inquérito, após dormir uma noite fora, Marcelo retornou bastante alterado e uma nova discussão entre ele e José teve início. Neste ponto, revela Ítalo, Marcelo admite que teria ido até a cozinha da casa e pegado uma faca de serra. Com o instrumento, teria desferido o primeiro golpe nas costas do pai.
Após desferir cerca de 20 facadas, o homicida confesso lavou a arma usada no crime, trocou de roupa, trancou a casa, entrou no carro do pai (que estava em seu nome) e deixou a cidade. Fez uma primeira parada em Pimenta Bueno, onde dormiu num hotel.
Na noite seguinte, Marcelo chegou a outro hotel em Cacoal, onde o recepcionista estranhou a agitação dele e fez uma busca por seu nome no Google. Achou no FOLHA DO SUL ON LINE uma notícia sobre seu suposto seqüestro, mas quando foi confrontá-lo com o fato, hóspede já havia deixado o estabelecimento sem pagar a conta.
Já na terceira noite, Gudim foi intimado quando estava hospedado num hotel na cidade de Presidente Médici. Compareceu espontaneamente à DPC e contou tudo ao delegado Evandro Macedo, que enviou o depoimento para Vilhena. Um vídeo com o interrogatório do vilhenense também foi gravado pelo delegado que o ouviu.
Diante da confissão e dos elementos de prova de que Marcelo cometeu sozinho o crime, foi pedida sua prisão, concedida pela justiça de Vilhena. Após se submeter a um exame de corpo de delito no Hospital Regional, na terça-feira, 09, Marcelo foi recolhido a um local de custódia que o delegado prefere não revelar a pedido da família.
SURTO
Embora ainda não tenham sido divulgados laudos psicológicos do agora réu confesso, existem indícios de que Marcelo pode ter sofrido um transtorno psicológico que o levou a atacar o pai. Caso os exames confirmem esta suspeita, ele torna-se inimputável, ou seja, não será responsabilizado criminalmente por suas ações. Mas deverá ser mantido numa clínica para se tratar do problema.
Fonte: FS
Autor: Edeblandes Ortis