Pedagoga critica parto humanizado em Vilhena e revela como perdeu bebê
Uma pedagoga de 35 anos entrou em contato com o FOLHA DO SUL ON LINE para relatar sua experiência que contrasta com a reportagem publicada ontem no site, sobre a realização de “partos humanizados” no Hospital Regional de Vilhena.
Ao descrever a agonia que viveu até perder o filho recém-nascido, a mulher disse não acreditar nas vantagens mostradas na matéria. Sem mencionar nomes, ela criticou duramente o tratamento que recebeu ao se apresentar para dar à luz na maior unidade de saúde do Cone Sul.
Leia abaixo, na íntegra, o desabafo da denunciante, que preferiu não se identificar:
“Em primeiro lugar você é bem atendido no hospital público quando você tem (QI ).
Fiz todo pré-natal corretamente, tive uma gravidez saudável, quando uma noite comecei a sentir contrações. Fui para o hospital e fui atendida por um médico que me deixou ali em observação. Na manhã seguinte amanheci sem dor, porém, com sintomas de parto. Fui mandada pra casa sob a orientação que caso a dor voltasse, era pra retornar ao hospital.
Então procurei o posto de saúde onde fazia o pré-natal e fui orientada pela enfermeira que quando sentisse dor eu deveria ir para o hospital. Passaram-se alguns dias, enquanto eu perdia uma secreção relacionada ao parto. Uma certa noite comecei a sentir uma dor muito forte e sangramento, não era contração de tempo em tempo como dizem que acontece em parto normal e sim uma dor muito forte sem intervalos e o sangramento só aumentava.
Quando cheguei no hospital, fui examinada por um médico e deixada em observação. Depois de algum tempo a “bolsa estourou”, fui levada para a sala de pré parto e por lá fiquei abandonada em uma cama. E a dor e o sangramento só aumentavam. Certo momento, quando eu não suportava mais aquele sofrimento, saí do local e fui para o centro cirúrgico, onde estavam retirando uma mulher pós-parto, e então, eu toda suja de sangue parei naquela porta e disse: ‘Não agüento mais, vou morrer se não fizerem alguma coisa por mim. Irei sair pra fora do hospital assim cheia de sangue e meu marido que está la na frente, ele irá me levar para outro hospital.
Neste momento me levaram para uma maca cirúrgica e retiraram meu bebê a força. Ele já estava roxo e no dia seguinte tivemos alta. Após dois dias o bebê teve febre, o levei ao hospital e ele voltou para casa em um caixão.
O médico somente me examinou na hora em que cheguei, e assim é feito: deixam as grávidas lá sofrendo. Quando o hospital recebe mais verba por um parto normal do que uma cesárea eles deixam as pessoas sofrendo.
Sei que algumas mulheres podem sim ter o ‘parto normal’, porém muitas crianças morrem por falta de uma cesariana. Essa reportagem bonita dizendo que a mãe terá todo apoio e que ela decide como vai ser o parto... Me desculpe mas não acredito, será sim muito bem atendida se tiver algum conhecimento de influencia ou for um desses puxa- sacos do prefeito”.
Fonte: FS
Autor: Da redação