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Sexta-feira, 29 de março de 2024

Economia

09/06/2015 08:11:11

Em Vilhena, comitiva fala da ferrovia que cortará a cidade rumo ao Pacífico

Prefeito Zé Rover quer porto seco em Vilhena

A comitiva liderada pelo embaixador da República Popular da China, Li Jinzhang, formada por empresários, proprietários de bancos, jornalistas e membros da embaixada chinesa no Brasil, chegou em Vilhena no início da noite desta segunda-feira (09). 
A delegação oriental, acompanhada pelos senadores rondonienses Acir Gurgacz (PDT) e Valdir Raupp (PMDB), pelo governador em exercício de Rondônia Daniel Pereira (PSB) e pelo governador do Mato Grosso, Pedro Taques (PDT), dentre outros políticos e secretários de Estado, visitam algumas cidades por onde deve passar a ferrovia que cortará o continente ligando os oceanos Atlântico e Pacífico.  
Uma entrevista coletiva estava agendada no hotel onde a delegação se hospedou. Mas, os chineses não falaram com a imprensa, entraram direto para os quartos. O senador Acir Gurgacz justificou a ausência dos visitantes alegando que a entrevista não previa a participação do embaixador. “Infelizmente não vamos ter a presença do embaixador aqui conosco nesta reunião, porque não estava programada. Eles estão cansados e nós não devemos ser descorteses com quem queremos atrair para serem nossos parceiros”, minimizou o senador.
Gurgacz lembrou que a comitiva esteve em uma reunião que começou pela manhã e entrou pela tarde em Ji-Paraná, onde foi assinado um termo de cooperação entre os Estados do Acre, representado pela vice-governadora Nazaré Araújo; Rondônia, representado pelo governador em exercício Daniel Pereira; e pelo governador do Mato Grosso, Pedro Taques. Segundo o senador, o protocolo de intenções tem como objetivo estabelecer condições de cooperação técnica e esforço político na efetivação da parceria sino-brasileira no que se refere a investimentos em infraestrutura ferroviária e projetos complementares.
“A vinda da missão chinesa aqui, que é a maior que visita um Estado da federação brasileira, não é fruto do acaso, ela é fruto de um novo processo. Eles vieram conhecer pessoalmente um trecho dentro de Rondônia, Mato Grosso e Goiás, onde vai iniciar esta importante obra. Importante não só para o nosso Estado, para o Mato Grosso ou para o Acre: ela é uma obra importante para o Brasil e para a América latina, porque vai simplesmente modificar a forma como se faz comércio no hemisfério sul do planeta. A vinda dessa comitiva, e também esse termo de colaboração assinado pelos três governadores, é a demonstração maior de que essa ferrovia vai sair do papel de fato”, disse o Senador Gurgacz. 
O também senador Valdir Raupp analisou com bons olhos a construção de uma ferrovia que interligará os oceanos Atlântico e Pacífico. E ele, ao contrário do colega Gurgacz, que espera o término da obra para dez anos, é otimista. Para Raupp, se o governo Chinês quiser realmente, a ferrovia estará pronta em no máximo oito anos. “Eu acho que vai ser um marco história esta questão da ferrovia. O primeiro ministro da china esteve há poucos dias no Brasil assinando este protocolo resolvendo, investir 53 bilhões de dólares em projetos”, disse Raupp.
A referência do Senador Raupp é ao acordo assinado pela presidente Dilma Rousseff (PT) e o primeiro-ministro da China, Li Keqiang, no último dia 05 de maio, que trata de um plano de cooperação até 2021. Os dois países firmaram 35 acordos, entre eles o que trata de estudos de viabilidade para construção de uma ferrovia que irá ligar o Brasil ao Oceânico Pacífico, passando pelo Peru. “O trecho que mais nos interessa é realmente o de Sapezal (MT) a Porto Velho e acredito que também será o trecho de menor dificuldade para realização da obra, se comparado com percursos na Cordilheira dos Andes, onde túneis terão que ser abertos”, analisou Raupp. 
Pedro Taques, citou números da produção agrícola do Mato Grosso, revelando que seu Estado é responsável por 1/4 da produção nacional de proteína vegetal. “Mas, é preciso dar condições para que a produção possa chegar aos mercados internacionais a um preço competitivo. Os Estados que assinaram este documento são importantes no Brasil, Estados que ajudam muito o país, agora o Brasil precisa ajudar mais a eles”, disse o pedetista. 
Fazendo coro aos senadores e ao governador matogrossense, o governador em exercício Daniel Pereira, ressaltou a importância da obra para o Brasil, principalmente para os Estados envolvidos, e revelou está confiante no interesse dos chineses pela obra. “Eles não estariam aqui meramente por aventura ou turismo, eles vieram aqui mesmo para conhecer o traçado por onde querem que a ferrovia passe”, disse Pereira. 
Após a reunião, o senador Acir Gugacz publicou na sua página numa rede social que a Ferrovia Transoceânica será incluída no plano de concessões que a presidente Dilma irá anunciar na próxima terça-feira. “A boa notícia é que o governo decidiu incluir a Ferrovia Transcontinental (Brasil-Peru, com participação dos chineses) no plano de concessões que será anunciado nesta terça-feira, 09. O modelo de concessão ainda será aperfeiçoado e as discussões que estamos travando com o governo, investidores e empresários chineses serão levadas em consideração pelo governo brasileiro. O governo poderá optar entre realizar os leilões por maior valor de outorga, menor tarifa ou compartilhamento de investimento”, publicou.
Último a discursar, o prefeito de Vilhena, Zé Rover (PP), relembrou a importância estratégica da cidade e defendeu a implantação de um porto seco no município. “Um projeto dessa envergadura traz um futuro promissor para o nosso país. Rondônia ganha com isso, assim como  Vilhena, por ser um ponto estratégico, por termos um transporte forte. Eu acredito muito na implantação do porto seco em nossa cidade”, disse  Rover.
 





Fonte: Folha do Sul
Autor: Rogério Perucci

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