Vírus da Aids é disseminado de propósito em Vilhena e caso pode ir parar na justiça
Portadores do HIV não avisam parceiros
É bem mais grave do que se imagina a disseminação do HIV em Vilhena. A cidade tem cerca de 300 pessoas portadoras do o vírus da Aids, mas segundo o Serviço de Atendimento Especializado (SAE), que lida com o assunto, esse número pode ser até 50 vezes maior, já que os possíveis alvos da transmissão não se submetem a exames por medo, preconceito, ignorância e por temer revelar casos de adultério e infidelidade .
Conforme a entidade, um dos maiores problemas para conter o vírus da Aids é a atitude de alguns portadores da doença, que simplesmente não avisam os parceiros(as) sobre os riscos e não protegem as pessoas, que por sua vez também não analisam os perigos a que se expõem ao não usar preservativos.
Saudáveis e sem os sintomas da Aids, muitos dos que evitam revelar o contágio o fazem por interesse próprio, por medo do preconceito e da rejeição. São adultos ou jovens que buscam a aceitação dos parceiros e da sociedade. São garotas e garotos que “namoram” pessoas de melhor condição financeira ou status social; são profissionais do sexo que cedem para não perder o cliente que não gosta de “chupar bala com papel”.
Através do depoimento de pacientes, o SAE também já se detectou pessoas consideradas de “alto nível e prestigio” em Vilhena que são potenciais portadores do HIV pelas situações de risco a que elas se expõem e até mesmo por fazerem parte da rede de contato dos pacientes. Mas não há como abordá-las sequer para recomendar o teste e o uso da camisinha, pois isso configuraria quebra de sigilo garantido por lei.
O SAE/CTA de Vilhena vem buscando, nos últimos seis meses, construir a rede de contaminação direta e indireta de cada paciente, no intuito de detectar situações que podem e devem ser denunciadas junto à justiça como crime. Este trabalho também deverá incluir os pacientes dos municípios que tem o SAE/CTA como referência para tratamento.
Fonte: Folha do Sul
Autor: Da redação