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Quinta-feira, 28 de março de 2024

Política

22/10/2015 09:49:49

Exclusivo: pastor evangélico de Rondônia explica porque trocou PSOL pela Rede

Aluizio Vidal não descarta disputar prefeitura da capital 

Aluizio Vidal é psicólogo e pastor da Igreja Presbiteriana Gileade, antiga 2ª Igreja Presbiteriana do Brasil de Porto Velho. Já concorreu a senador duas vezes (2010, com 43 mil votos, ficando em quinto lugar em uma eleição de duas vagas para o Senado, e 2014, com 73 mil votos, numa eleição para uma vaga, ficando em quarto lugar) e a prefeito da capital rondoniense uma vez (2012, 12 mil votos, sexto lugar), perdendo todas as disputas. Apesar de nunca ter sido eleito, Aluizio é muito popular entre diversos segmentos sociais na capital e no restante do Estado. Filiado ao PSOL até recentemente, partido pelo qual disputou todas as eleições mencionadas nesta reportagem, Vidal acaba de se filiar à Rede Sustentabilidade, o partido idealizado pela ex-senadora e ex-candidata a Presidência, Marina Silva (confira a foto abaixo, em que Vidal, de colar, está vestido com a camiseta da legenda na semana da filiação).
Nesta entrevista ao FOLHA DO SUL ON LINE, Aluizio Vidal, por e-mail, respondeu a todas as perguntas do site, inclusive sobre sua recente mudança de legenda. Confira:

O que fez o senhor deixar o PSOL e agora se filiar à Rede Sustentabilidade?
O PSOL é um partido novo, em construção e tem se mantido de forma bastante coerente com aquilo a que se propõe. Fui motivado por duas questões fundamentais. A primeira é que tive conflitos ideológicos com algumas das bandeiras defendidas pelo partido; e a segunda é que, na ultima eleição, houve uma mudança drástica na forma de se administrar o processo de escolha dos candidatos e concluí que o partido foi incoerente com a proposta que sempre teve. Contudo, essa foi uma conclusão pessoal e talvez eu quem estivesse errado e não o partido.
Espero que a Rede Sustentabilidade continue valorizando o ideal das decisões horizontais e não priorize as decisões verticais.

O senhor é de uma denominação evangélica histórica que, de modo geral, é de direita. Como decidiu se filiar a partidos de esquerda?
Não sei se posso afirmar uma posição partidária da denominação, pois nunca a vi, enquanto denominação, tomar algum tipo de posicionamento político. Contudo, como a grande maioria dos evangélicos brasileiros, parece ser esse um posicionamento de boa parte de seus membros.
Tenho uma leitura teológica de que os profetas do Velho Testamento sempre denunciaram a injustiça social como sendo uma das grandes marcas do pecado do povo de Deus e, naquele caso, os pobres sempre foram os mais injustiçados. Parece-me que o mesmo acontece no Brasil e esse deve ser um dos nossos focos.
 No meu caso, sempre estive envolvido com posturas mais questionadoras daqueles que assumem o poder de modo geral. Num país com a estrutura histórica que temos, a classe dominante sempre foi mais ligada à direita e, portanto, era a posição a que aprendi questionar.  
Assim, a grande questão não é ser do lado A ou do B, e sim posicionar-se em favor dos mais explorados e dos que têm menos oportunidade. No Brasil chamávamos isso de esquerda. 
Lutarei sempre por ser a favor dos menos favorecidos, de um profundo respeito ao meio ambiente para que seja explorado de modo sustentável e pela radicalização do que é a democracia. O que cada pessoa classificar isso, talvez se aproxime daquilo que sou.


Por que nunca tentou uma vaga a um cargo “menor” e com maiores chances de vitória eleitoral, como para vereador ou deputado estadual?
Essa foi sempre uma estratégia partidária para sermos proativos de maneira pedagógica no processo eleitoral. Não tínhamos força de grupo (por causa dos nossos cuidados com alianças) e não tínhamos dinheiro (pois não éramos interessantes aos que investem em campanhas e nem interessados neles). Assim, restava assumir um papel pedagógico de ajudar a sociedade a fazer a reflexão nos debates das campanhas majoritárias, o que é impossível nas disputas proporcionais. 
A questão nunca foi a minha pessoa como tal e sim o papel que o partido se propôs assumir na sociedade brasileira e espero que com a Rede esse papel também seja assumido por seus candidatos e candidatas.

Qual o teu plano eleitoral para 2016? Será candidato a algum cargo?
Meus planos dependem muito da minha família, da comunidade em que sirvo como pastor e das decisões da Rede Sustentabilidade de Rondônia. Não posso negar, porém, certo cansaço com a forma com que se disputa eleição no Brasil. A proibição de doação por empresas já ajudará em muito, mas ainda estamos longe de termos condições iguais na disputa eleitoral e, infelizmente parte da sociedade alimenta esse sistema com muita constância e a Rede Sustentabilidade está bem sensível ao que a outra parte tem para dizer.





Fonte: Folha do Sul
Autor: Rildo Costa

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