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Quinta-feira, 28 de março de 2024

Cotidiano

31/08/2016 15:55:23

Condenada por tentativa de homicídio, mulher pagará salário mínimo e prestará serviços

Crime aconteceu em 2008, no bairro São José, em Vilhena
 
Durou quase 4 horas o julgamento de Tatiane Fernandes Sardinha, de 30 anos, acusada da tentativa de homicídio registrada em junho de 20087 e da qual foi vítima Antônio Leiva Coelho.
 
De acordo com os autos, Tatiana foi até o numeral 993 da rua Santa Terezinha, no bairro São José, armada com um revólver à procura de Antônio. E o encontrou no referido endereço onde, segundo os autos, funcionaria uma boca de fumo. Ela teria se aproximado dele, sacado a arma e disparado algumas vezes, não atingindo nenhuma vez seu alvo. Sob a ameaça, o rapaz fugiu para uma mata que havia próximo ao local. 
 
O Ministério Público, representado pelo promotor de justiça João Paulo Lopes, pediu a condenação da ré pelo crime de tentativa de homicídio. Lopes argumentou que Tatiana saiu do hotel onde estava com um homem identificado como Paulo, com quem supostamente mantinha um relacionamento, com a intenção de matar Antônio. “Ela pegou a arma com o Paulo e disse que iria acertar as contas com Antônio. Sob efeito de drogas, pegou a moto e foi até onde disse em depoimento que seria provável achar a vítima, e a encontrou. Sacou a arma e atirou contra Antônio, só não o matando por imperícia, por causa do efeito da droga, e porque a vítima correu. Ou seja, por motivos alheios à sua vontade”, pontuou o promotor.
 
O promotor citou ainda que Paulo disse em seu depoimento que algum tempo depois de ter saído, Tatiana voltou ao hotel dizendo que havia matado Antônio. Lopes lembrou também que naquele mesmo dia, ela e Paulo estavam numa conveniência quando chegou um desafeto de Paulo e este pegou o revólver, que estava na cintura de Tatiana e atirou pelo menos três vezes contra o rapaz, acertando uma. Acabou sendo condenado por este crime e sentenciado por “lesão corporal”.
 
Já a defesa pleiteou a absolvição sustentando a tese de legítima defesa. O defensor público George Barreto Filho citou um fato narrado pela ré que afirma ter sido vítima de disparo de arma de fogo dado por Antônio naquele dia. Fato contestado pela promotoria, já que não há registro do referido fato.
 
Barreto Filho argumentou que só porque não há um Boletim de Ocorrência não quer dizer que o fato não tenha acontecido. E, seguindo nesta linha, pontuou que Tatiana teria ido, segundo ela, comprar drogas naquele endereço e encontrou Antônio, que teria supostamente atirado contra ela. Achando que estava em perigo, ela teria sacado a arma e atirado para se defender de uma possível agressão. 
 
Lopes voltou para a réplica com foco na tese de legítima defesa apresentada pelo defensor. O promotor iniciou a fala dizendo que não esperava do defensor a tese de legítima defesa. E reafirmou o que havia dito na sua primeira explanação que Paulo revelara que ela saiu armada dizendo que iria acertar as contas com Antônio e que voltou depois de algum tempo afirmando que o tinha matado. “Ela própria falou em depoimento mais próximo ao fato que se armou para acertar as contas com Antônio”, reforçou o promotor. 
 
Na tréplica, Barreto Filho reforçou aos jurados as suas convicções acerca do caso, falou sobre as condições de ré, sobre as mudanças pelas quais passou, se afastando das drogas, e iniciando uma vida totalmente nova. E finalizou afirmando ter quase certeza de que ela não seria mais vista sentada no banco dos réus. 
 
Os jurados, no entanto, acataram a tese da acusação e condenaram a jovem por tentativa de homicídio. Crime pelo qual a Juíza Liliane Pegoraro Bilharva impôs sentença de 4 anos. Condenação que foi convertida em duas penas restritivas de direito, sendo o pagamento de um salário mínimo a uma instituição de caridade; e a prestação de serviços comunitários. 
    
 




Fonte: Folha do Sul
Autor: Rogério Perucci

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