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Quinta-feira, 28 de março de 2024

Geral

09/11/2016 18:34:07

Engenheiro agrônomo que matou agricultor a tiro em Vilhena é condenado a oito anos

Crime aconteceu em maio, na BR 174, a 25 km da área urbana

O engenheiro agrônomo Sullyvan Lopes Araújo, de 37 anos, réu confesso do assassinato de Nelson Macedo, de 52 anos, foi condenado a oito anos de prisão em regime fechado pela morte do agricultor. 

De acordo com os autos, uma briga pela posse de uma área de terras foi a causa do crime, que aconteceu no dia 26 de maio deste ano, numa chácara na BR 174, a cerca de 25 km da cidade de Vilhena, sentido Juína (MT). 

Segundo consta no processo criminal, o réu teria comprado da vítima uma área que seria de 44 alqueires, mas depois descobriu tratar-se apenas de 33 alqueires. Em pagamento, o réu teria dado uma picape Hilux e  acordado dar posteriormente a quantia de R$ 20 mil e a abertura de um poço. Mas, como a área adquirida era menor do que fora combinado, não teria cumprido a segunda parte do contrato, o que gerou uma troca de insultos e ameaças de parte a parte.
 
O processo concluso pelo Ministério Público pediu a condenação do réu por homicídio qualificado por recurso que dificultou a defesa da vítima, no caso Nelson; pediu ainda a condenação por tentativa de homicídio qualificado por recurso que dificultou a defesa da vítima, no caso Willian Bruno de Aguiar Macedo, filho de Nelson e contra quem o engenheiro teria tentado atirar; um terceiro crime foi imputado a Sullyvan: o de guarda de munição sem autorização. 

Mas, na tese defendida pelo promotor de justiça João Paulo Lopes, ele pediu aos jurados que não reconhecessem a qualificadora, bem como desclassificassem para lesão corporal o crime de homicídio tentado contra a vítima Willian.  Lopes justificou os pedidos afirmando que o réu não teria ido ao local com a intenção de matar. “Ele não premeditou, já havia uma animosidade entre réu e vítima. Com certeza, naquele momento, os ânimos devem ter se aflorado, ofensas foram trocadas e Sullyvan, armado que estava, atirou contra Nelson, que foi atingido na barriga e faleceu”, disse Lopes, argumentando ainda quanto à tentativa de homicídio contra Willian, explicando não haver provas mostrando que ele buscou matar o rapaz. 

Assim, o promotor pediu a condenação do réu pelos crimes de homicídio simples e guarda de munição sem autorização. 

Legítima defesa foi a tese defendida pela advogada de Sullyvan, Maria Beatriz Imthon. “O meu cliente não cometeu um assassinato, ele cometeu uma legítima defesa”, disse. 

Para Imthon, a vítima e seu filho agiram de forma errada ao invadir a área de terras pertencente a família de Sullyvan. A advogada buscou mostrar aos jurados que o réu estava dentro da sua propriedade, em menor número e que pai e filho estavam armados e ameaçavam a vida dele que, para não morrer, correu até o veículo que havia deixado a cerca de 60 metros da dupla, pegou a espingarda e atirou.      

A defensora ainda citou depoimentos de vizinhos da vítima, que afirmam que Nelson com frequência intimidava as pessoas com ameaças. Imthon também mostrou aos jurados material jornalístico que tratava das prisões de Willian Macedo, e do irmão Norton, por suspeita de roubo e receptação, buscando desqualificar o depoimento de Willian. 

Como tese secundária, a advogada buscou o reconhecimento do homicídio privilegiado. Defendendo que a réu agiu sob violenta emoção logo após injusta provocação da vítima.   

Após quase 8 horas, a juíza leu a decisão dos jurados, concordando com a desclassificação do crime de tentativa de homicídio para lesão corporal, e condenaram Sullyvan pelos crimes de homicídio e guarda de munição sem autorização, para os quais a juíza dosou a pena em 8 anos no regime fechado sem direito de apelar em liberdade. 

Aqui, relembre o crime; aqui, o engenheiro se apresentando; aqui, sua versão para o homicídio.





Fonte: Folha do Sul
Autor: Rogério Perucci

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