América do Sul importa camas e colchões produzidos pela fábrica da Gazin em Vilhena
Empresa paranaense chegou em Rondônia 11 anos atrás
Entre cem empresas, das quais seis estrangeiras, Lojas Gazin ocupou a 33ª posição, com faturamento de 1,730 bilhão de reais, conforme o ranking de 2012 do Instituto Brasileiro de Executivos de Varejo (Ibevar).
A cada meta alcançada, foguetes espocam em Douradina [noroeste do Estado do Paraná]. Em Vilhena, um grande sino de metal toca forte dentro do salão de exposição dos produtos.
É assim a empresa Móveis Gazin, uma das maiores cadeias de lojas varejistas do Brasil, cujos tentáculos estenderam-se a Rondônia, 11 anos atrás, e agora, a territórios bolivianos e peruanos.
O simbolismo do sino e dos foguetes caracterizam a sucessão de vitórias do grupo capitaneado com êxito pelo empresário Mário Valério Gazin.
Mário Gazin chegou a Rondônia após a consolidação do ciclo migratório e na afirmação da produção agrícola e madeireira. Tem motivos de sobra para comemorar o êxito da empresa que inteira o cinquentenário.
Em clima de prosperidade, a Gazin distribuiu, no ano passado 50 barras de ouro em sorteios entre clientes. Cada um de seus sete mil trabalhadores obteve R$ 1.723 [14º salário], pelo programa de participação nos lucros e resultados.
“Mesmo não tendo lojas em Manaus [Capital do Amazonas] e enfrentando concorrentes locais, vendemos bem por lá”, conta o gerente da fábrica Portal, Gilmar Alves de Oliveira, 40 anos.
De Vilhena, cidade de cem mil habitantes no leste de Rondônia, 4º município mais populoso do Estado e o 33º da Região Norte, os produtos viajam em caminhões baús e são embarcados em contêineres nas balsas no porto organizado de Porto Velho.
Pela rodovia BR-364, percorrem 538 quilômetros até Cáceres (MT), de onde atravessam para San Matias, San Ignácio de Velasco e Santa Cruz de La Sierra [Bolívia].
Numa sala ampla da administração da fábrica, um pôster na parede mostra trechos da rodovia Transoceânica e dois motes: Transportando sonhos /Sempre fazendo o melhor para você.
DEPOIS DA GEADA
Os 400 funcionários estão distribuídos entre os setores industrial, administrativo, manutenção e de distribuição. Gilmar é um dos entusiastas do grupo. Começou jovem, aos 22 anos, em Arenápolis (MT), trabalhando na sexta filial mato-grossense. De lá, em 2012 veio assumir a fábrica em Vilhena.
Ele se lembra do fator preponderante que levou o empresário Mário Gazin a instalar filiais em Mato Grosso: “Depois da geada que matou o café no Paraná, ele levou uma mudança para São José do Rio Claro [246 quilômetros ao norte de Cuiabá], aí abriu uma loja, depois outras e chegou aqui [Rondônia]”.
As fábricas da Gazin ficam em Candelária (RS), Jaciara (MT), Douradina (PR), Feira de Santana (BA) e Vilhena.
EMPRESA OFERECE VANTAGENS
Vilhena tem renda per capita [por cabeça] de R$ 16,2 mil e Índice de Desenvolvimento Humano de 0,731. De acordo com a classificação do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, esse índice é o melhor de Rondônia e o 3º melhor do Norte do Brasil.
“Realmente, nossas condições de trabalho e o ambiente fraterno estimulam o crescimento profissional”, observa Gilmar.
“Todos almoçam aqui, compartilhando suas vidas. A Gazin oferece plano de saúde da Unimed, fisioterapeuta, fonoaudiólogo e cobre 50% de um plano odontológico pelo qual o funcionário paga apenas R$ 20.
“Fabricamos a espuma usada em nossos produtos e também fornecemos para concorrentes”, ele diz.
Para obtê-la, a Gazin importa matéria-prima da Argentina e da França. Trata-se dopoliol, um álcool contendo múltiplos grupos hidroxila, e do tolueno diisocianato 80/20 (TDI), principal componente da espuma, insumo essencial para produção de colchões.
Aplicação e densidades são fiscalizadas pelo Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro).
Segundo Gilmar, até dois anos atrás a empresa adquiria madeira reflorestada no Rio Grande do Sul. Agora, adquire madeira certificada em Rondônia, consumindo 720 metros cúbicos por mês. O principal fornecedor é o empresário Vilson Tutatti, de Espigão do Oeste.
Fonte: Folha do Sul
Autor: Montezuma Cruz