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Terça-feira, 19 de março de 2024

Meio Ambiente

17/02/2017 10:15:34

Polícia deflagra operação contra corrupção na Sedam de Vilhena; servidores ameaçavam policiais

Falsas autorizações permitiam derrubadas de mata nativa


Além da busca e apreensão no órgao estadual, mais de dez agentes da Polícia Civil e três delegados buscam provas também na casa de dois servidores que, por mandado judicial, foram afastados das funções públicas e proibidos de se aproximarem de quaisquer unidades da SEDAM em todo Estado, além do uso de tornozeleira eletrônica.
 
Na manhã de hoje, a Polícia Civil de Vilhena deu início à “Operação Floresta Nativa”, que juntamente com curadoria do Meio Ambiente do Ministério Público na Comarca de Vilhena, investigam fraudes na concessão de autorizações especiais para limpeza de áreas rurais, expedidas pelo órgão ambiental.

Além da busca e apreensão no órgao estadual, investigadores recolheram provas também na casa de dois servidores que, por mandado judicial, foram afastados das funções públicas e proibidos de se aproximarem de quaisquer unidades da SEDAM em todo Estado, além do uso de tornozeleira eletrônica.

Em seis casos já confirmados, o engenheiro florestal e o ex-chefe Regional da SEDAM, na cidade de Vilhena, são suspeitos de concederam falsas autorizações especiais para limpeza de mais de dois mil hectares de supostas áreas de "pasto" ou de "capoeira". Mas, na realidade, tais autorizações falsas acobertaram verdadeira destruição de florestas nativas em todo Cone Sul do Estado de Rondônia.

As suspeitas tiveram origem durante inspeções da Polícia Ambiental nas referidas áreas, nos anos de 2015 e 2016, quando das autuações administrativas de áreas supostamente desmatadas. Os proprietários apresentavam "autorizações especiais" expedidas pela SEDAM de Vilhena, atestando que as áreas eram anteriormente ocupadas por vegetação rasteira, denominada "capoeira".

Após as autuações, os policiais ambientais passaram a sofrer ameaças de  retaliação política, inclusive dos investigados, funcionários da SEDAM, para que as fiscalizações fossem amenizadas e as multas diminuídas, pois tais ações ambientais poderiam prejudicá-los, já que estariam mexendo com pessoas "influentes".

 Realizadas as denúncias, a Polícia Civil instaurou inquérito policial e passou a investigar os fatos, juntamente com apurações realizadas em inquérito civil pelo Ministério Público na comarca, comprovando, até o momento, que varias autorizações especiais falsas para limpezas de áreas expedidas pela SEDAM acobertaram verdadeiros desmatamentos em florestas nativas.

Segundo o delegado de Polícia Civil Fábio Campos, que coordenou a operação na manhã de hoje, em Vilhena, “é inadmissível que o  servidores do próprio órgão ambiental, sustentado com dinheiro público, para fiscalizar o meio ambiente, possam promover e acobertar tamanho desmatamento, através de tais autorizações falsas, comprovadas pericialmente, inclusive. Por isso, essas medidas urgentes tomadas na investigação, a qual demonstra que pode ser somente a ‘ponta do iceberg’ e, com tempo, serão todos investigados, inclusive os proprietários de terras desmatadas responderão pelos crimes praticados".





Fonte: Folha do Sul
Autor: Assessoria

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