Visitas 130633620 - Online 294

Sábado, 04 de maio de 2024

Meio Ambiente

08/09/2010 15:20:22

PIMENTEIRAS 2010, A ROUBADA DO ANO: FESTIVAL DE PRAIA MARCADO POR DECADÊNCIA

Terminou de forma melancólica o 21º Festival de Praia de Pimenteiras. Sujeira para todos os lados, barraqueiros somando prejuízos, público irritado com a falta de estrutura e todos espantados com o absoluto despreparo da atual administração da cidade para organizar e realizar um evento que já brilhou no calendário turístico de Rondônia –mas que, a continuar assim, corre o risco de desaparecer sem deixar saudades nem nos piuns.

Logo na entrada, a improvisação dava o tom na recepção aos visitantes. Por causa das brigas políticas locais, os preparativos foram todos de última hora. A terra foi revolvida para dar espaço aos estacionamenteos e áreas de camping há pouco mais de uma semana da abertura do festival. Resultado: não foi feita fumigação ou borrifação nas áreas e as nuvens de pernilongos fizeram a festa. Se já são insuportáveis naturalmente, ao serem removidos de seu “habitat”, deram o troco sem piedade nos  trouxas que por lá resolveram acampar.

Ainda na entrada principal, tocos de pau-a pique e lascas de compensado pintadas de última hora foram improvisados como portal de boas-vindas. Não havia stands de produtos náuticos, de artigos para pesca, de artesanato local – o comércio de Pimenteiras e Cerejeiras, que mais poderia se beneficiar com ela, simplesmente virou as costas para a festa. Quem dominou as areias foi a ralé mais rasteira, para quem qualquer garrafa de pinga, carne queimada e piada suja é motivo de festa.

Para mais de 2 mil pessoas esperadas, só foram colocados dois conjuntos de cinco banheiros químicos, limpos duas vezes por dia. Ou seja: a fedentina tomou conta do ambiente já no primeiro dia e era perciso caminhar com muito cuidado pelas beiradas da areia para não tropeçar em fezes humanas e de animais (na manhã de segunda-feira, três cavalos magros atravessavam tranquilamente a única avenida asfaltada para pastar no vazio estacionamentro da melhor pousada da cidade), além de muito papel higiênico e absorventes e camisinhas usadas, penduradas até nos galhos das árvores.

Além disso, músicas pornográficas de quinta categoria, ofensivas a qualquer família (numa delas, uma piriguete desmiolada, com a cabeça certamente cheia de muita coisa boa, gritava “no sexo eu esculacho/dou o c... de cabeça pra baixo) eram tocadas a todo volume antes das 9 da manhã, sem que a PM se incomodasse, no setor do piseiro 24 horas. Ali o abuso de drogas, as brigas e cachaçadas davam o tom diário, da manhã à noite, da chamada “alegria da festa”.

Às margens da areia, nada havia que se admirar, a não ser, para as adolescentes deslumbradas, os volteios dos soldados do Corpo de Bombeiros, que se exibiam o dia inteiro, sob o comando do subtenente BM Iranildo, no novíssimo jet-ski Sea-Doo de dois lugares adquirido pelo Governo do Estado.

Não havia embarcações visitantes, turistas que subissem em árvores para apreciar e fotografar a festa, até porque, nada havia para ser visto, a não ser muita sujeira, gente embriagada, mais sujeira e um ar de decadência total por todos os lados.

O repertório batido e a voz desesperadoramente esganiçada da vocalista da banda “Cá Entre Nós”, que bate ponto todo fim de semana no Terraçu´s, e não atraiu nenhum vivente a mais, fechou com “chave de chumbo” este que foi o pior festival de todos os tempos em Pimenteiras.





Fonte: FS
Autor: Carlos Macena

Newsletter

Digite seu nome e e-mail para receber muitas novidades.

SMS da Folha

Cadastre seu celular e receba SMS com as principais notícias da folha.