Audiência pública da Saúde atrasada revolta funcionários da Prefeitura
A audiência pública trimestral de prestação de contas da Saúde em Vilhena, realizada na manhã de hoje, no auditório da Prefeitura, transformou-se em mais um fiasco da administração Zé Rover (PP).
Depois que o prefeito, o vice, Jacier Dias (PSC), e o secretário municipal de Saúde, Vivaldo Carneiro, se retiraram da mesa de honra, o gerente de Educação da Semusa, Paulo Tarcísio, começou a apresentar os números financeiros da secretaria entre janeiro e março, que deveriam ter sido disponibilizados até 10 de maio e só foram revelados hoje.
Ficou-se sabendo que houve receitas de R$ R$ 9,456 milhões e gastos de R$ 10,791 milhões. Ninguém explicou de onde veio o dinheiro para cobrir o rombo.
Seguiu-se uma apresentação totalmente fantasiosa das atividades do CAPS – Centro de Assistência Psicossocial.
O órgão não tem psiquiatra, farmacêutico, pedagogo, terapeuta ocupacional, laboratorista e especialista em oficinas artesanais. Faltam médicos, psicólogos, técnicos de enfermagem e assistentes sociais.
No entanto, a lista de atividades impressiona: consultas, exames, visitas domiciliares, psicoterapia, assistência social, integração com a comunidade, ressocialização e até participação em congressos científicos.
O pior, no entanto, estava por vir: ao passar para o próximo item da pauta, o relatório sobre as atividades do Hospital Regional de Vilhena entre janeiro e março, veio a surpresa: não havia relatório.
Nem a direção geral, nem o diretor clínico, nem o controlador-geral do HRV estavam no auditório para explicar porquê não havia nenhuma informação sobre internações, partos, óbitos, cirurgias, atendimentos no pronto-socorro, gastos com medicamentos – nada, apenas uma tela em branco.
O apresentador Paulo Tarcísio fez questão de que constasse na ata da reunião que, por três vezes, dirigiu-se ao HRV em busca das informações, antes do prazo de 10 de maio, e foi-lhe informado quem ali, “ninguém sabia quem era o responsável por fornecer os dados”.
Um funcionário do hospital chegou em cima da hora no auditório, informando que os dados haviam sido protocolados ontem à tarde, o que causou indignação na platéia.
Dezenas de Agentes Comunitárias de Saúde abandonaram seus postos de trabalho para assistirem à audiência – que resumiu-se à enfadonha e inútil leitura dos relatórios.
Como eles não são interpretados pelos responsáveis por cada órgão, nada acrescentam à compreensão do real estado da saúde pública.
Esta foi a 22ª audiência pública trimestral de prestação de contas de responsabilidade da Secretaria Municipal de Saúde.
Reportagem completa sobre o caso será publicada na edição impressa da FOLHA que circula neste sábado.
Fonte: FS
Autor: Da redação