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Quinta-feira, 28 de março de 2024

Policial

27/02/2012 18:19:24

Caso Jabá: machucado, homicida se apresenta e conta tudo a delegado

O homicida Samuel Firmino da Silva, de 30 anos, que na noite do último  sábado matou a tiros o professor Edson Benedito da Luz, o “Jabá”, e feriu a bala outras duas pessoas, foi apresentado na manhã de hoje, na Unidade de Segurança Pública (Unisp) da avenida Paraná. Acompanhado dos advogados João Paulo das Virgens e Paulo Duarte, o vendedor contou sua versão para a briga que acabou em tiroteio no Clube dos Estados.
Ouvido pelo delegado Daniel Pereira Uchoa, que preside inquérito sobre o crime, Samuel deu informações que ajudam a entender o ocorrido. Segundo ele, a desavença entre o suposto pivô do episódio, o instrutor de academia Emerson “Lobão” da Luz, que também saiu ferido da briga, e parentes de sua esposa, começou no ano passado.
Conforme o relato do acusado, no dia 1º de maio, um cunhado seu  participava de uma almoço no Clube dos Estados. Após um desentendimento com o companheiro, ele teria sido agredido por Lobão, sua mulher e o filho dos dois, Patrick Balestrin, outro que também foi baleado no sábado, e continua internado no Hospital Regional. A família teria “tomado as dores” do outro jovem.
Bastante machucado, Samuel revelou ao delegado que as brigas entre Lobão e os familiares da esposa tiveram outras edições. Uma vez, seu cunhado e um irmão dele foram agredidos na casa noturna Bangalô. Meses depois, novo confronto: ao encontrar o rapaz no Terraçus, Patrick teria passado ao provocá-lo e ele reagiu, desferindo-lhe um soco.
Samuel conta que, nesta noite, para vingar a agressão ao filho, Lobão, a esposa e o próprio Patrick teriam ido até a casa de seu sogro e, após derrubar o portão da residência com o carro, passaram a quebrar todos os móveis usando machados. “Minha filha de 8 anos, que estava dormindo na casa dos avós, ficou ferida no braço, atingida pela lasca arrancada a machadas de uma portas”contou no depoimento, dizendo que toda a família ficou trancada dentro do banheiro enquanto a mobília era destruída.
Samuel disse que, embora tenha sido provocado várias vezes por Lobão, nunca quis reagir. “Uma vez eu estava fazendo cobrança e ele ameaçou me espancar. Achei melhor ir embora e não reagir”, disse ao delegado.
Quanto à briga no clube, que acabou em tragédia, Firmino contou que estava no local participando de um almoço feito em homenagem à parente do índio pioneiro Marciano Zonoecê. Em dado momento, Lobão, Jabá, Patrick e outros amigos chegaram e ocuparam um outro quiosque.
O rapaz conta que, ao ir ao banheiro, encontrou Lobão discutindo com um rapaz identificado como “Sky”, que seria parente dos anfitriões que realizavam o almoço para a indígena. Ele queria que o instrutor se desculpasse com um convidado por tê-lo agredido.
Conforme o relato do cobrador, ao ser pressionado, Lobão chamou os amigos e se dirigiu a ele, que deixava o sanitário para ir embora, já temendo a confusão. Ele teria ouvido o oponente gritar: “Ei, Neguinho (esse é o apelido de Samuel), volta aqui!”. Após isso, conforme contou o jovem, o próprio Lobão chamou o filho Patrick, e ordenou que ele lhe desse um soco no olho: ao receber a porrada, quase desmaiou e passou, então, a ser espancado por “mais de 15 pessoas”, segundo está no inquérito.
Ainda sob forte pancadaria, Samuel teria chegado ao carro e, já com o corpo dentro do veículo, viu sua mulher, identificada como Cíntia, que trabalha num escritório de contabilidade na cidade, no banco do passageiro, também sendo agredida pela esposa de Lobão e por uma outra moça. Conseguiu pegar a arma e, segundo disse, começou a atirar “a esmo”.
Samuel garante que não percebeu quantas pessoas foram baleadas nem quantos disparos fez. “Eu não conseguia ver nada, afinal, estavam tentando me matar”, revelou, dizendo que deixou o revólver cair. A arma, conforme relata, teria sido apanhada por um amigo de Lobão, que disparou duas vezes em sua cabeça, mas a bala não saiu. “Havia um  sujeito grandão me segurando e, quando o outro disparou, ele soltou meu pescoço e meu corri”, explicou. O delegado Daniel constatou, ao periciar o revólver calibre 38 usado no crime, que Samuel escapou por sorte: havia uma bala na arma, mas não se sabe o motivo de o projétil não ter saído.
ADVOGADO – Em conversa com o site, o criminalista João Paulo das Virgens, que levou Samuel para prestar depoimento, disse que vai alegar legítima defesa. O advogado disse que seu cliente passou por exames de corpo de delito, para que ficassem registradas as lesões sofridas por ele. Após falar, foi liberado. A partir de agora, por orientação de João, o rapaz não pretende dar declarações. “Ele está à disposição da justiça e dará todas as informações necessárias”, diz Das Virgens, dizendo que também pediu para que o jovem evitasse aparições públicas.





Fonte: FS
Autor: Da redação

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