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Quarta-feira, 08 de maio de 2024

Geral

26/09/2017 09:10:04

“Encontrei minha filha com um fio no pescoço tentando se matar”, desabafa vilhenense sobre depressão

Entrevistada diz que relato é para motivar quem enfrenta o mesmo problema

Através do WhatsApp, uma ex-moradora de Vilhena, que atualmente reside em outra cidade de Rondônia, relatou ao FOLHA DO SUL ON LINE o drama que vive para lidar com a depressão da filha, uma garota de apenas 18 anos, que tem aparência de modelo, mas enfrenta a doença há cerca de quatro anos.

A entrevistada, que preferiu não se identificar, resolveu fazer o desabafo como forma de colaborar com o debate sobre transtornos mentais. Segundo ela, se não for tratado com seriedade, o problema pode levar a situações extremas e até resultar em suicídio.

A mulher de 43 anos relatou que a filha começou a apresentar os sintomas da doença após o suicídio de um vilhenense na Bolívia. “Ela se cortava, se mutilava, então viemos embora daí”, revelou a mãe, acrescentando que por pouco não perde a menina: “Eu tinha que cuidar 24 horas. Um dia peguei ela com um fio no pescoço. Estava indo subir na janela de um quarto em construção aqui de casa”.

Conforme a mulher, há um ano a adolescente recebe atendimento na clínica de um psiquiatra na região central do Estado. “Durante esse tempo, ela tem tristezas, mas raramente os pensamentos suicidas vêm. Antes, mesmo com terapia, ela tentava se cortar com facas. Os pulsos estão cheios de cicatrizes”.

Nos momentos mais agudos da crise, segundo relata a mãe, a moça chegava a gritar de dor no peito e pedia: “Mãe, me deixa morrer. Eu não agüento mais”. A entrevistada contou que, durante as crises mais fortes, a filha corria para a rua e tentava se cortar com cacos de vidro. “As viaturas do SAMU estavam sempre aqui em casa”, relembra.

Formada em Serviço Social, a entrevistada, que morou em Vilhena por cinco anos, até se mudar da cidade, em 2014, contou: “Por causa do que enfrentei, também fiquei doente, pois cheguei ao limite do esgotamento físico e mental e nunca pude trabalhar. Mas acho importante deixar meu relato, para os jovens e seus pais saberem que a depressão também pode ser vencida”. 

Hoje, estabilizada graças ao atendimento psiquiátrico, a jovem, definida pela mãe como “linda e querida”, começa a retomar sua vida, mas o tratamento ainda exige esforço.





Fonte: Foto ilustrativa
Autor: Da redação

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